terça-feira, 7 de junho de 2011

SÍNDROME DE ASPERGER





A Síndrome de Asperger é o nome dado a um grupo de problemas que algumas crianças (e adultos) têm quando tentam comunicar com outras pessoas.
Esta Síndrome foi identificada em 1944, mas só foi oficialmente reconhecido como critério de diagnóstico no DSM-IV em 1994. Como resultado, muitas crianças foram mal diagnosticadas com síndromes como Autismo, Perturbação Obsessivo – Compulsivo, etc.
Ao longo dos tempos muitos foram os termos utilizados para definir esta síndrome, gerando grande confusão entre pais e educadores. Síndrome de Asperger é o termo aplicado ao mais suave e de alta funcionalidade daquilo que é conhecido como o espectro de desordens pervasivas (presentes e perceptíveis a todo o tempo) de desenvolvimento (espectro do Autismo).
Esta síndrome parece representar uma desordem neurobiológica que é muitas vezes classificada como uma Pervasive Developmental Disorders (PDD). É caracterizada por desvios e anormalidades em três amplos aspectos do desenvolvimento: interação social, uso da linguagem para a comunicação e certas características repetitivas ou perserverativas sobre um número limitado, porém intenso, de interesses.
Apesar de existirem algumas semelhanças com o Autismo, as pessoas com Síndrome de Asperger geralmente têm elevadas habilidades cognitivas (pelo menos Q.I. normal, às vezes indo até às faixas mais altas) e por funções de linguagem normais, se comparadas a outras desordenas ao longo do espectro.
Apesar de poderem ter um extremo comando da linguagem e vocabulário elaborado, estão incapacitadas de o usar em contexto social e geralmente têm um tom monocórdico, com alguma nuance e inflexão na voz.
Crianças com Síndrome de Asperger, podem ou não procurar uma interação social, mas têm sempre dificuldades em interpretar e aprender as capacidades da interação social e emocional com os outros.
Hosbon (1995), postulou que crianças com SA têm incapacidade para interagir
emocionalmente com os outros, portanto a criança com Autismo não recebe as experiências sociais necessárias para desenvolver as estruturas cognitivas para a compreensão.
Baron – Cohen e colegas (1993), indicam que as primeiras experiências são as cognitivas. As teorias destes autores sobre a mente é baseada na ideia de que as crianças com Autismo falham no desenvolvimento da compreensão de que a mente e o estado mental relata o comportamento.
Tager – Flusberg (1993), indicam que crianças com Autismo não desenvolvem uma compreensão de que a linguagem e comunicação existe para troca de informação.
Muitos pesquisadores acham que há duas áreas de relativa intensidade que distinguem as AS (Síndrome de Asperger) de outras formas de Autismo e PDD e concorrem para um melhor prognóstico em SA. Não chegaram a consenso se existe alguma diferença entre as SA e o Autismo de Alta Funcionalidade (AAF). Alguns pesquisadores sugerem que o deficit neuropsicológico básico é diferente para as duas condições, mas outros não estão convencidos de que alguma distinção significativa possa ser feita entre os dois. (Bauer, 1995)



Epidemiologia


Os melhores estudos que têm sido conduzidos até agora sugerem que SA é consideravelmente mais comum que o Autismo clássico. Enquanto que o Autismo tem tradicionalmente sido encontrado à taxa de 4 a cada 10.000 crianças, estima-se que a Síndrome de Asperger esteja na faixa de 20 a 25 por 10.000. isto significa que para cada caso de Autismo, as escolas devem esperar encontrar diversas crianças com o quadro SA. (Bauer, 1995)
Todos os estudos concordam que a Síndrome de Asperger é muito mais comum em rapazes que em raparigas. A razão para isso é desconhecida. SA é muito comumente associada com outros tipos de diagnóstico, novamente por razões desconhecidas, incluindo: “tics” como a desordem de Tourette, problemas de atenção e de humor como a depressão e ansiedade. Em alguns casos há um claro componente genético, onde um dos pais (normalmente o pai) mostra ou o quadro SA completo ou pelo menos alguns traços associados ao SA; fatores genéticos parecem ser mais comuns em SA do que no Autismo clássico. (idem)
Contudo uma coisa é certa, SA não é causada pela má educação dos pais ou problemas de família! Infelizmente muitos pais sentem-se culpados por uma desordem neurobiológica que não é culpa deles.





Definição


O novo critério do DSM-IV para diagnóstico de SA, inclui a presença de:
Particularidades qualitativas na interação social, envolvendo alguns ou todos de entre:
_ uso de peculiaridade no comportamento não-verbal para regular a interação social;
_ falha no desenvolvimento de relações com pares da sua idade;
_ falta de interesse espontâneo em dividir experiências com outros;
_ falta de reciprocidade emocional e social.
Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades envolvendo:
_ preocupação com um ou mais padrões de interesse restritos e estereotipados;
_ inflexibilidade a rotinas e rituais não funcionais específicos;
_ maneirismos motores estereotipados ou repetitivos, ou preocupação com partes de objetos.
De acordo com o DSM-IV os critérios para se poder diagnosticar a Síndrome de Asperger são:





Critérios Diagnósticos para F84.5 – 299.80 Transtorno de Asperger


A. Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes quesitos:
(1) prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social
(2) fracasso para desenvolver relacionamentos apropriados ao nível de desenvolvimento com seus pares (3) ausência de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por ex., deixar de mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse a outras pessoas)
(4) falta de reciprocidade social ou emocional
B. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e
atividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes quesitos:
(1) insistente preocupação com um ou mais padrões estereotipados e restritos de
interesses, anormal em intensidade ou foco
(2) adesão aparentemente inflexível a rotinas e rituais específicos e não funcionais
(3) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por ex., dar pancadinhas ou torcer as mãos ou os dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo)
(4) insistente preocupação com partes de objetos
C. A perturbação causa prejuízo clinicamente significativo nas áreas social e ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento.
D. Não existe um atraso geral clinicamente significativo na linguagem (por ex., palavras isoladas são usadas aos 2 anos, frases comunicativas são usadas aos 3 anos).
E. Não existe um atraso clinicamente significativo no desenvolvimento cognitivo ou no
desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriadas à idade, comportamento
adaptativo (outro que não na interação social) e curiosidade acerca do ambiente na infância.
F. Não são satisfeitos os critérios para um outro Transtorno Invasivo do Desenvolvimento ou Esquizofrenia.
Cristopher Gillberg, propõe seis critérios, sendo apenas aqui referidos cinco, para o diagnóstico que capturam o estilo único dessas crianças e que incluem:
Isolamento social, com extremo egocentrismo, que pode incluir:
_ falta de habilidades para interagir com os pares;
_ apreciação pobre da trança social;
_ respostas socialmente inapropriadas.
Há interesses e preocupações limitadas:
_ mais rotinas que memorizações;
_ relativa exclusividade de interesses.
Há rotinas e rituais que podem ser:
_ auto-impostos;
_ impostos por outros.
Há problemas na comunicação não-verbal como:
_ uso limitado de gestos;
_ linguagem corporal desajeitada;
_ expressões faciais limitadas ou impróprias
_ olhar fixo peculiar;
_ dificuldades de ajuste a proximidade física.




Características clínicas


O mais óbvio marco da Síndrome de Asperger e a característica que faz dessas crianças tão únicas e fascinantes, é a sua peculiar idiossincrática área de “interesse especial”. Em contraste com o mais típico Autismo, onde os interesses são mais para objetos ou parte de objetos, na AS os interesses são mais frequentes por áreas intelectuais específicas. (Bauer, 1995)
Quando as crianças entram para a escola, ou mesmo antes, elas mostrarão interesse obsessivo numa determinada área como a matemática, aspectos de ciência, leitura (alguns têm histórico de hipelexia – leitura rotineira em idade precoce) ou algum aspecto de história ou geografia, querendo aprender tudo quanto for possível sobre o objeto e tendendo a insistir nisso em conversas e jogos livres. (Idem)
Voltando à descrição de Hans Asperger em 1944, a área de transportes tem parecido ser de especial atenção.
Embora os sintomas comportamentais do Síndrome de Asperger sejam bem estabelecidos, muito pouco é sabido sobre as raízes neurobiológicas da desordem. Alguns estudos mostraram que os povos diagnosticados com Autismo têm anormalidades nos lobos frontais e parietais.
Os investigadores usaram uma técnica chamada ressonância magnética por emissão de protões (ou “1 H-Sra.”, porque ” 1 H” é o símbolo químico para um protão). Este método mede a concentração metabólica do cérebro (da “ruptura produtos para baixo”) envolvidos na produção de energia. A concentração de medição do metabolismo dá aos investigadores um retrato total do estado dos neuronios numa área particular do cérebro. Uma outra característica de SA é a deficiente socialização e isso também tende a ser algo diferente do que se vê no Autismo. Embora crianças com SA sejam frequentemente conotadas pelos pais e professores como “estando no seu próprio mundo”, elas raramente são distantes como as crianças com Autismo. (Bauer, 1995)
Em geral, a proporção de casos de Autismo atribuíveis a afecções clínicas específicas é relativamente baixa. A relação, particularmente uma relação causal, de outras afecções clínicas com o Autismo é complexa. Muitas vezes, os relatos iniciais de tais associações baseiam-se em relatos de casos, e não em estudos controlados ou em amostras com base epidemiológica. Por exemplo, a impressão de uma forte relação entre Autismo e rubéola congenita teve de ser modificada quando se tornou aparente que tais casos tendiam a tornar-se menos semelhantes ao Autismo com o passar do tempo e que pelo menos uma parte dessa semelhança estava relacionada ao comprometimento sensorial e à severa deficiência mental exibida. In neuro Psico News, 2000
Para estudos de afecções clínicas associadas ao Autismo, a pergunta crítica não é se já foram observadas associações, mas se a associação é maior do que seria de se esperar, dada a taxa do transtorno na população geral. As taxas de afecções clínicas relatadas que poderiam relacionar-se casualmente com o Autismo têm variado amplamente, dependendo de vários factores. (Idem)
Gillberg e Coleman (1996) relataram taxas de tais afecções clínicas que se aproximam de 25%, enquanto Rutter e colegas (1994) sugerem que 10% é uma percentagem mais representativa. Os dados não parecem sugerir mais que associações casuais do Autismo com Síndrome de Down, a rubéola congénita, a paralisia cerebral, a fenilcetonúria e a nurofibromatose. (Idem)
Por outro lado, tanto a Síndrome do X frágil quanto a esclesose tuberosa ocorrem em pessoas com Autismo, em taxas mais altas do que seria de esperar numa base casual. Aproximadamente uma em 100 pessoas com Autismo exibe a anomalia do X frágil. A taxa de Autismo na esclerose tuberosa também é elevada. (Idem)
Crianças com deficiências congenitas (como cegueira ou surdez) podem apresentar uma questão de possível Autismo em virtude de movimentos não comuns ou dificuldades de linguagem, mas geralmente não são preenchidos os requisitos completos para o Autismo. (Idem)
Os estudos post-motem em pessoas com Autismo demonstraram uma forte evidência de patologia no cérebro. Tomografia Axial Computorizada e Ressonância Magnética mostraram certas anormalidades no córtex cerebral, cerebelo e nos ventrículos do cérebro. Contudo, essas anormalidades não são consistentes. Estudos de neuroimagem, tal como, positron emission tomography (PET) e Single photon emission tomography (SPECT) também não demonstraram qualquer anormalidade. Provavelmente, a anormalidade é muito subtil para ser projetada através das técnicas de investigação correntemente aplicáveis.

Tratamento

Devido ao fato de a Síndrome de Asperger ser relativamente recente no desenvolvimento da Psicologia e Psiquiatria, muitas das abordagens ainda estão em fase inicial e muito trabalho ainda necessita de ser feito nesta área.
É óbvio para todos, que quanto mais cedo o tratamento começar, melhor será a sua recuperação. Isto implica tratamento a nível psicoterapêutico, a nível educacional e social.
O Treino de Competências Sociais é um dos mais importantes componentes do programa de tratamento. Crianças com esta síndrome podem ser ajudadas na aprendizagem social através de psicólogos preparados. A linguagem corporal e a comunicação não-verbal podem ser ensinadas da mesma maneira que se ensina uma língua estrangeira.
As crianças conseguem aprender a como interpretar expressões não-verbais, emoções e interações sócias. Este procedimento assiste-as nas interações sociais e aproximações com as pessoas, prevenindo assim o isolamento e depressão que geralmente ocorre assim que entram na adolescência.
Os adolescentes podem, algumas vezes, receber benefícios através do grupo terapêutico e podem ser ensinados a usar a mesma linguagem que as pessoas da sua idade.
Porque as crianças com SA podem-se diferenciar em termos de Q.I. e níveis de habilidades, as escolas ter programas individualizados para essas crianças. Os professores devem estar atentos às necessidades especiais que estas crianças precisam, o que geralmente não acontece, pois elas precisam de maior apoio que as restantes crianças.
O mais importante ponto de partida para ajudar os estudantes com SA a funcionar efetivamente na escola é que o staff (todos que tenham contacto com a criança) compreenda que a criança tem uma desordem de desenvolvimento que a leva a comportar-se e a responder de forma diferente dos demais estudantes. Muito frequentemente, o comportamento dessas crianças é interpretado como “emocional” ou “manipulativo” ou alguns termos que confunde a forma como eles respondem diferentemente ao mundo e seus estímulos. Dessa compreensão segue que o staff da escola precisa individualizar a sua abordagem para cada uma dessas crianças; não funciona tratá-los da mesma forma que os outros estudantes. (Bauer, 1995)
O próprio Asperger compreendeu a importância central da atitude do professor no seu próprio trabalho com crianças. Ele escreveu em 1944: “estas crianças frequentemente mostram uma surpreendente sensibilidade à personalidade do professor (…) E podem ser ensinados, mas somente por aqueles que lhes dão verdadeira afeição e compreensão. Pessoas que mostrem delicadeza e, sim, humor. (…) A atitude emocional básica do professor influencia, involuntária e inconscientemente, o humor e o comportamento da criança.” (Idem)
Embora seja sabido que muitas crianças com SA possam ser administradas em classes regulares, elas frequentemente precisam de algum suporte educacional. Serviços de fonoaudiologia podem ser desnecessários, mas um terapeuta da fala na escola pode ser bastante útil como consultores para o resto do staff, sugerindo caminhos para endereçar problemas em áreas como linguagem pragmática. (Idem)
É sempre ter especial atenção a este tipo de situações, uma vez que só tardiamente existe alerta por parte dos profissionais para este mesmo fato. É de salientar, tal como foi dito anteriormente, o alerta por parte dos profissionais da educação é relevante, bem como a colaboração do próprio staff.
Existem alguns princípios que devem ser seguidos para crianças com este tipo de desordem, tais como:
_ As rotinas de classe devem ser mantidas tão consistentes, estruturadas e previsíveis quanto possível. Crianças com asperger não gostam de surpresas. Devem ser preparadas previamente, para mudanças e transições, inclusive as relacionadas a paragens de agenda, dias de férias, etc.;
_ As regras devem ser aplicadas cuidadosamente. Muitas dessas crianças podem ser nitidamente rígidas quanto a seguir regras quase que literalmente. É útil expressar as regras e linhas mestre claramente, de preferência por escrito, embora devam ser aplicadas com alguma flexibilidade;
_ A criança aprenderá melhor quando a área de alto interesse pessoal estiver na agenda. Os professores podem conectar criativamente as áreas de interesse como recompensa para a criança por completar com sucesso outras tarefas em aderência a regras e comportamentos esperados;
_ Muitas crianças respondem bem a estímulos visuais: esquemas, mapas, listas, figuras, etc.
Sob esse aspecto são muito parecidas com crianças com pdd e autismo;
_ Tentar ensinar baseado no concreto. Evitar linguagem que possa ser interpretada erroneamente por crianças com sa, como sarcasmo, linguagem figurada confusa, etc.
Procurar interromper e simplificar conceitos de linguagem mais abstratos;
_ Ensino didático e explícito de estratégias pode ser muito útil para ajudar a criança a
ganhar proficiência em “funções executivas” como organização e habilidades de estudo;
_ Tentar evitar luta de forças. Essas crianças frequentemente não entendem demonstrações rígidas e teimosas se forçados. O eu comportamento pode ficar rapidamente fora de controle, e nesse ponto é normalmente melhor para o terapeuta interromper e deixar esfriar. É sempre preferível, se possível, antecipar essas situações e tomar ações preventivas para evitar a confrontação através de serenidade, negociação, apresentação de escolhas ou dispersão de atenção. (Bauer, 1995)
As abordagens psicoterapêuticas com enfoque na terapia comportamental, a aprendizagem de competências sociais são mais efetivas do que as terapias centradas na emoção, que pode ser bastante desconfortável ou estressante para estas crianças.
Aconselhamento e psicoterapia é bastante importante pois ajuda as crianças a arranjar estratégias de coping para a situação de estarem “socialmente em desvantagem”.

Fonte: Bauer, S. (1995). Asperger Syndrome – trought the lifespan. New York, The developmental unit, Genesee Hospital Rochester.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mecanismos de defesa: O que são? Quais são?

Sob pressão da ansiedade o ego é forçado a tomar medidas para aliviar a tensão.
Vou escrever sobre os mecanismos de defesa e seus tipos! De forma sucinta.
Um salve ao grande FREUD! Vamos lá?
Características dos mecanismos de defesa:
São mecanismos inconscientes:
Os mecanismos de defesa atuam sobre a relação com a realidade:negando, distorcendo,falsificando

mecanismos de defesa

O principais mecanismos de defesa são:

  Repressão:
-  retirada da consciência de alguma idéia/percepçao dolorosa
-  Mecanismo de defesa primordial
  Cisão:
-  cisão da percepção/do objeto; normalmente o bom é internalizado e o ódio externalizado
-  mecanismo normal nas 1as etapas da vida (Klein)
  Negação: a realidade dolorosa é nega, não percebida
- “tem pai que é cego”
  Projeção: a fonte da ansiedade é atribuída ao mundo externo; projeto para o mundo externo algo que é meu
Ex: “Ela me odeia” ao invés de “Eu a odeio”  ou  “Esta profa. me persegue” ao invés de “minha consciencia me persegue”
O extremo deste mecanismo é a fobia
 Racionalização: busca de motivos lógicos para pensamentos e ações/atitudes inaceitáveis
Ex: exploramos a empregada e dissemos “se fosse para outro emprego ganharia menos”
Mecanismo típico do neurótico obesessivo (controle)
  Formação reativa: substitui na cs o desejo recalcadao (ansiogênico) por seu oposto; apresentando-se de forma marcadamente extravagante
Não suportando o sentimento real, vc manifesta o oposto
Ex:desejos sexuais intensos substituidos por cps extremamente puritanos
 Identificação: sujeito internaliza características de alguém valorizado, passando a sentir-se como ele
Processo necessário no início da vida, mas se permanecer impede aquisiçào de identidade própria
  Regressão: Voltar a níveis anteriores do desenvolvimento, diante de frustração evolutiva.
  Isolamento: isola o consciente do afeto original
Ex: rituais dos neuróticos obsessivos
  Deslocamento: desloca a pulsão para outro objeto
Todos os sintomas neuróticos acabam tendo participação do deslocamento.
Ex: um filho reprimi seus sentimentos hostis em relação ao pai, mas apresenta este sentimento em relação a outras figuras de autoridade  ou fobia de cavalos do Pequeno Hans
  Sublimação: o impulso sexual é direcionado a outro fim e atividades socialmente aceitas (arte; esportes; ciências; religião);
Mecanismo de defesa mais evoluído
l  Ex: pulsão agressiva aplicada pelo cirurgião

terça-feira, 10 de maio de 2011

Onde está a Subjetividade?





A descoberta de um circuito físico que controle nossa consciência é considerada por muitos pesquisadores como o “Graal da Neurociência”, isso porque a investigação científica deste fenômeno é extremamente complexa (mas já existem artigos publicados em grandes revistas) em função do risco de confundi-lo com, por exemplo: memória, emoção, atenção, linguagem, ambos necessários para a noção de subjetividade. Provavelmente, aquele pesquisador, ou grupo de pesquisadores que identificar tal mecanismo estará fadado ao Prêmio Nobel.
Em virtude desses fatos, se você me perguntar – hoje – onde está essa nossa consciência de si e do mundo; em outras palavras: “onde está a subjetividade?”, no sentido de localizar o mecanismo exclusivo responsável por ela, eu não saberia responder. Contudo, se seu interesse for menos específico, pedindo que eu apenas indique o local em nosso organismo onde a subjetividade se encontra, eu responderia, com extrema convicção e embasamento científico: no Cérebro!
Isso pode parecer muito óbvio, para o leitor antenado. Mas há um forte motivo que me estimulou a escrever tal esclarecimento. Não apenas o público cientificamente leigo, como também alguns profissionais da saúde (que deveriam ter a obrigação de saber isso) entendem a subjetividade como sendo algo “para além do cérebro”. Quanto além? O que é essa “coisa” além do cérebro? Não sei, eles nunca respondem.
Quando ouvimos esse tipo de coisa, podemos saber que estamos novamente diante da “negligência do óbvio”. Ou seja, a elaboração de explicações totalmente extrapoladas para coisas óbvias. Dizendo isso de outra forma: um desperdício de palavras!
Em função da incessante busca pelo “Graal da Neurociência” e dos milhares de dóllares investidos nessa corrida, é provável que o mecanismo específico da consciência seja descoberto em algumas poucas décadas. Contudo, gostaria de finalizar este texto ressaltando que, independente disso, um fato que todos nós precisamos ter em mente, devido a todas as demais informações que possuímos sobre neurobiologia da memória, emoção, linguagem, atenção, enfim, é que a subjetividade é fruto, única, simples e obviamente do processamento cerebral. Recebe influência do meio social, da cultura, e de tudo mais, com certeza. Mas ainda assim, quem processa tudo isso e transforma esses output em imput subjetivo é nosso cérebro! O que ele não processa, nós não somos!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Distúrbios Dissociativos - Dupla personalidade




Livros, filmes e brincadeiras são divertidos porque permitem que você escape da realidade – e de si mesmo – por um certo período de tempo. À medida que a história se desenrola, você vai fazendo um balanço das experiências vividas pelos personagens para no final ser devolvido aqui, neste mundo, ainda mantendo um certo gostinho de aventura por ter ficado "temporariamente perdido em um universo paralelo".

Pessoas que sofrem de Distúrbios Dissociativos "escapam" da realidade de modo involuntário e pouco saudável, perdendo a memória ou achando que são outra pessoa. Estes distúrbios costumam surgir como resposta a certos traumas, ansiedades ou lembranças muito dolorosas.

Acredita-se que cerca de 7% da população mundial experimentam um episódio de Distúrbio Dissociativo durante sua vida.

Este tipo de psicopatologia, diz respeito à dissociação da mente humana, resultando daí, o surgimento de novas identidades dentro de uma só mente. Cada qual com sua própria personalidade, princípios e valores distintos entre si.
A causa para surdir este processo dissociativo, está profundamente ligado ao emocional, e uma das causas mais freqüentes que ensejam seu surgimento, é o abuso sexual na infância . Ocorre pelo fato de a pessoa sofrer algum choque emocional, e que por não conseguir lidar com tal situação, tende a se proteger do mesmo, criando, a partir do trauma, novas identidades, denominadas álteres-ego, para que, a estas, caibam a sustentação de todo peso emocional.
A característica essencial do transtorno Dissociativo é a presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos, que recorrentemente assumem o controle do comportamento. Existe a incapacidade de recordar informações pessoais importantes, cuja extensão é demasiadamente abrangente para ser explicada pelo esquecimento normal. A perturbação não se deve a afeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica geral. O Transtorno Dissociativo de Identidade reflete um fracasso em integrar vários aspectos da identidade, memória e consciência. Cada estado de personalidade pode ser vivenciado como se possuísse uma história pessoal distinta, auto-imagem e identidades próprias, inclusive um nome diferente. Em geral existe uma identidade primária, portadora do nome correto do indivíduo, a qual é passiva, dependente, culpada e depressiva

Quase todos (97 a 98%) os adultos com distúrbio dissociativo da identidade relatam ter sofrido algum tipo de abuso durante a infância. Isso pode ser documentado para 85% dos adultos e 95% das crianças e adolescentes com distúrbio dissociativo da identidade.
Entretanto, ocorrendo a existência de várias identidades, outras situações contribuem para o trauma. Dificuldades e frustrações de qualquer monta, tornam-se insuportáveis, pois o portador deste tipo de distúrbio é psicologicamente vulnerável, sendo, portanto, passível da criação de quantas personalidades se fizerem necessárias.
Ás vezes em uma única mente existem centenas de outros " eus", tendo cada um deles sua história, sentimentos e comportamentos específicos. Não raro, chegam a ter outra cultura e até mesmo terem sotaques estrangeiros, como também alguns podem ser religiosos e outros totalmente avessos aos costumes e a moral predominante.
O indivíduo portador deste distúrbio, dificilmente tem controle sobre seu outro " eu", pois a personalidade dominante, que é o ego, não tem conhecimento das demais. Sucede disso o obstáculo de ter ele, uma vida regular, haja vista, que, por cada outro " eu" possuir seu próprio estilo de vida, com gostos e preferências, não aceita consequentemente, o estilo do outro. Por exemplo, no caso de um indivíduo múltiplo amar gatos, pode ocorrer de uma das personalidades os odiar, a partir daí passando a ocorrer fatos, os quais não consegue entender, como no caso de se recolher para dormir e deixar os animais dentro de casa, não havendo possibilidade de saírem, e ao acordar não mais os encontrar. A partir de fatos como este, é capaz de desenvolver outros distúrbios, como mania de perseguição, fobias, entre tantas outras.
Os indivíduos com distúrbio dissociativo da identidade freqüentemente são alertados sobre coisas que fizeram, mas não conseguem se lembrar de tê-las realizado. Outras pessoas também podem comentar sobre mudanças de comportamento de que eles não se lembram. Eles podem descobrir objetos, produtos ou papéis escritos que não conseguem explicar e nem reconhecer.

No período em que um outro " eu" assume o controle, as demais identidades, ficam em estado de amnésia parcial, não tendo, portanto, conhecimento das ações praticadas pelas outras, sendo assim, freqüente a existência de uma personalidade que envolve-se em drogas ou até mesmo com coisas muito mais graves, tais como agressões, furtos, roubos e assassinatos.

Em suma, são personalidades totalmente distintas e independentes, mas que fazem parte da mente de um só indivíduo.
Após diagnosticada tal dissociação o tratamento é rigoroso e demorado, e quando da prática de um ilícito, recai o indivíduo, portador de tal distúrbio, na ininputabilidade, pois não é capaz de determinar-se quanto ao ato praticado.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

NEUROSE NA PSICANÁLISE




Como doença a neurose representa uma variedade de condições psiquiátricas, nas quais a angústia emocional ou conflito inconsciente são expressados através de várias perturbações que podem ser físicas, fisiológicas e/ou mentais.

O sintoma definitivo é ansiedade. Tendências neuróticas são comuns e podem se manifestar como depressão, ansiedade aguda ou crônica, tendências obsessivas-compulsivas, fobias e até desordens de personalidade. Neurose não deve ser confundida com psicose, a qual refere-se à perda de contato com a realidade.

O termo conota uma doença ou desordem real, porém sob sua definição geral, a neurose é uma experiência humana normal. Segundo a psicanálise, a maioria das pessoas é afetada pela neurose de alguma forma. Um problema psicológico desenvolve quando a neurose começa a interferir com o funcionamento normal do indivíduo, causando ansiedade. De acordo com a teoria da psicanálise, neurose pode ter raízes nos mecanismos de defesa do ego, porém os 2 conceitos não são sinônimos. Mecanismos de defesa são uma forma normal de desenvolver e manter um sentido consistente de si mesmo (ego), enquanto somente aqueles com pensamentos e comportamentos que produzem dificuldades para viver devem ser classificados como tendo neurose.

Efeitos e sintomas da neurose

Há muitas formas específicas diferentes de neurose: piromania, desordem obsessiva-compulsiva, neurose ansiosa, histeria (na qual a ansiedade pode ser descarregada través de sintoma físico), e grandes variedades de fobias.

Tratamento da neurose

A neurose pode ser tratada por diferentes métodos. Existe a psicoterapia e vários remédios para aliviar os sintomas. Medicamentos contra depressão e ansiedade ajudam a pessoa, e alguns remédios pode elevar a sensação de auto-estima

terça-feira, 19 de abril de 2011

Cerébro Masculino e Feminino! Quais as diferenças?



Oi pessoas, peço desculpas por esses dias afinal estava em pós-graduação e não tive tempo em compartilhar com vocês alguns temas que vem sendo discutido aqui no blog, mais vamos lá!

Trago com os estudos em neurociências a diferença entre o cérebro de ambos os gêneros masculino e feminino, lembrando que somente um determinante biológico não é um fator crucial para a predominância de um comportamento em detrimento de outro ok.