segunda-feira, 11 de abril de 2011

LUTO E MELANCOLIA! QUAL A DIFERENÇA?



Se eu tivesse que concentrar em uma frase a obra “Luto e Melancolia”, de Sigmund Freud, seria a seguinte: Uma reflexão sobre a tristeza da alma. A relação estabelecida pelo autor entre os conceitos que compõem o título desta obra dar-se-ia pelas semelhanças do quadro geral destes dois estados, assim como pelas “circunstâncias da vida que as desencadeiam”. (Freud, p. 103). Mas o que é o luto: “O luto é, em geral, a reação à perda de uma pessoa amada, ou à perda de abstrações colocadas em seu lugar, tais como pátria, liberdade, um ideal etc”. (Idem, p. 103). A perda é palavra-chave para compreender a natureza do luto, de modo que o objeto perdido tem uma relevância secundária, todavia, não menos importante para o enlutado. Este último apresenta “desvios de comportamento normal” (Idem, p. 103), todavia, após um determinado tempo, o luto será superado. Desta maneira, o luto, diferente da melancolia, não é uma patologia. A melancolia é uma patologia que “caracteriza-se psiquicamente por um estado de ânimo profundamente doloroso, por uma suspensão do interesse pelo mundo externo, pela perda da capacidade de amar, pela inibição geral das capacidades de realizar tarefas e pela depreciação do sentimento-de-Si”. (Idem, p. 103-104). Este último é típico do melancólico: a crítica voltada para si ao ponto de chegar a um estado de delírio. As outras características são facilmente encontradas no luto: perda do interesse pelo mundo, mas com uma ressalva: a proximidade com algo que faz lembrar a pessoa amada é do interesse do enlutado; dificuldade de substituir o objeto perdido por outro; desinteresse em realizar tarefas que não estão diretamente ligadas ao objeto perdido. Ora, o luto profundo e a melancolia têm em comum a dor, entretanto, deveríamos ressaltar que, se para o enlutado a dor passa, ao contrário do luto, na melancolia a dor torna-se crônica.

FREUD, Sigmund. Luto e Melancolia. In: ___. “Obras Psicológicas de Sigmund Freud. Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente”. v.II. Rio de Janeiro: Imago, 2006, p. 97 – 122.

Um comentário:

  1. OI PESSOAL, GOSTARIA DE DEIXAR BEM CLARO QUE AS PUBLICAÇÕES DO BLOG SERÃO DE SEGUNDA A SABADO, AFINAL PRECISO DESCANÇAR. TRAGO AQUI A NOÇÃO DIFERENCIADA QUE FREUD DENOTA EM SUA OBRA ENTRE LUTO E MELANCOLIA.

    É INTERRESANTE SEMPRE ATENTAR NESTE CASO A POSIÇÃO DO SUJEITO ENLUTADO FRENTE AO DESEJO DE SE MANTER OU NÃO NESTA POSIÇÃO.

    BOA LEITURA! E PODEM COMENTAR!

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